quarta-feira, 29 de julho de 2009

DIRETAS JÁ ganha visibilidade na mídia

O colunista do jornal Correio Braziliense, Rubem Azevedo Lima, publicou do dia 29 de julho uma nota colocando em questão que, com eleições diretas na União Nacional dos Estudantes, a comunidade universitária seria ampliada e melhor representada.
As Diretas Já na UNE ganham cada vez mais proporção, abrangência e aliados.
"Mas a UNE, para isso, precisa modernizar- se. Na recente eleição ali realizada — quase como que em conventículo — , votaram, indiretamente, só três mil dos cinco milhões de universitários do país. Por que não tornar diretas as eleições, em todas as universidades brasileiras? Ampliada e representativa da comunidade universitária, pelo voto livre, a UNE teria autoridade bastante para tratar com qualquer governo."
A UNE e a República
Percebe-se, em relação aos jovens que fazem política nas escolas e na UNE, a pouca tolerância das pessoas em idade de serem pais ou avós desses estudantes. Este repórter, entre tantos outros desse grupo, entende que tal iniciação política é uma dádiva para a democracia e para o país.

Não importa se eles são a favor ou contra o governo, eleito pelo voto popular e realizador de coisas boas ou ruins. É importante, porém, que não percam nunca o senso crítico nem aplaudam tudo, como se o fizessem em troca de favores e não em sã consciência.

Talvez por não serem jornalistas, cujo dever é mostrar desacertos, para que os corrijam, os dirigentes da UNE têm incensado o governo mais até do que a publicidade oficial, que não ignora, mas oculta os desacertos.

Todo governo se elege para fazer o bem do país que governa e para proporcionar a maior felicidade possível aos governados. Mas a nenhum deles é dado o direito de corromper, por ação
ou omissão, o processo de formação política dos jovens.

Ao proibir-se, em 1964, a ação estudantil independente, reduziu-se a formação de bons políticos no país. Depois, os governos passaram a dar recursos ao estudantado, como se quisessem controlá-lo. Melhor seria se os concedessem, regularmente, e sob controle do TCU, para a UNE funcionar e expor, acima das barreiras partidárias, suas aflições políticas, econômicas e sociais, que são, sem dúvida, as de todos os brasileiros.

Mas a UNE, para isso, precisa modernizar- se. Na recente eleição ali realizada — quase como que em conventículo — , votaram, indiretamente, só três mil dos cinco milhões de universitários do país. Por que não tornar diretas as eleições, em todas as universidades brasileiras? Ampliada e representativa da comunidade universitária, pelo voto livre, a UNE teria autoridade bastante para tratar com qualquer governo.

Esse caldeirão de confrontos, comuns entre estudantes vindos de todas as regiões, de todos os credos e etnias, seria o cadinho de propostas e ideias capazes de reparar a desfiguração atual de nossas instituições republicanas. Os que não têm vícios recuperariam nossa democracia, aviltada pela generalização da falta de ética política no país. (...)
VISÃO DO CORREIO

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